Criar valor com e para os cidadãos
Esta semana, em Brasília, no âmbito do Seminário Internacional Governança, Inovação e Desenvolvimento e da II Semana de Inovação em Gestão Pública, ouvi as intervenções de Thomas Prehn e Kasper Munk, respetivamente do MindLab e do Instituto de Tecnologia do Governo da Dinamarca.
Ambos descreveram a inovação de uma forma que não me recordo de alguma vez ter ouvido. Para eles a inovação é criação de valor. E, em conversa com eles, Kasper Munk foi até mais longe dizendo estar farto de ouvir falar em inovação. Sente que se falar demasiado em inovação e que se deveria falar antes da criação de valor.
Lembrando que estávamos num evento especialmente voltado para o setor público, e para a criação de valor no setor público, Kasper e Thomas frisaram que o recurso mais abundante à disposição do setor público são os cidadãos. Porque não tirar partido deste fantástico recurso no momento de pensar novas formas de criar valor? O propósito, afinal, não é criar valor para os cidadãos? Porque não envolvê-los?
Felizmente esta forma de pensar já está espelhada em diversas iniciativas por todo o mundo: o e-Democracia no Brasil, o Faire Simple em França, o Futurium da Comissão Europeia ou o e-Catalunya em Espanha.
Exemplos não faltam. É precisa a vontade e a determinação para puxar para a frente este tipo de projetos. É também precisa a humildade para reconhecer os limites do setor público, para adoptar abordagens já “inventadas” e para “empoderar” os cidadãos.
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O vídeo da apresentação de Thomas Prehn e Kasper Munk está disponível aqui