Movimento Cidadania e Democracia Participativa
A democracia portuguesa sofre hoje de de vários problemas decorrentes da inibição de participação dos cidadãos, em especial no interior dos partidos, dado que a sua forma de funcionamento interno não permite que a maioria dos militantes sejam ouvidos fora dos actos eleitorais internos e possam supervisionar e condicionar de forma eficaz as actividades dos representantes intra-partidários eleitos, o que permite um liberdade de acção abusiva aos agentes políticos, lesando o Estado e denegrindo a imagem pública da política. E esta é a principal situação que nos propomos a mudar, para que faça sentido pertencer a um partido, e para que assim este actue de acordo com a vontade colectiva dos seus militantes.
O projecto tem como base a criação e desenvolvimento de processos e metodologias, assentes nas redes e novas tecnologias, para a gestão interna de partidos de democracia participativa. Com este sistema, o funcionamento do respectivo partido assentará num modelo de governo sombra, em que grupos de cidadãos ou associações, defendem os seus interesses e contribuem com os seus conhecimentos em áreas homologas aos ministérios, influenciando assim todas as decisões do partido nas respectivas questões em que interfiram. O poder desses grupos e associações privadas que actuam no seio do partido depende da representatividade que a dado momento lhes esteja delegada por militantes do partido.
7 Comentários
Acredito que haja alguns pontos de contacto entre este projeto e o Vote Na Web (https://cidadania20.com/projectos/vote-na-web/). Talvez valha a pena considerar os elementos (visuais, de processo, de marketing, etc.) que têm contribuído para que o Vote Na Web esteja a ter tanto sucesso e também aqueles que têm ficado aquém das expetativas. Quem sabe há pontos que se podem aproveitar, outros que se devem evitar…
É também um projecto interessante, cruza-se com o nosso nas questão da votação mas não muito além disso. Enquanto este projecto se baseia em sujeitar a votação dos utilizadores registados, quanto à sua concordância ou não, de leis propostas pelos deputados, o nosso destina-se a ser uma plataforma de gestão das vontades dos cidadão, mas estando estes afectos a uma estrtura partidária que vai depois agir em conformidade com os seus desejos por meio dos deputados. É permitido o voto directo tal como no Votenaweb, mas o ponto forte será a gestão da representatividade delegada.
Concerteza se poderão tirar dele algumas ideias quanto ao design,entre outras. Obrigado
Sim, sim, claro, Ricardo.
O propósito, o âmbito e o impacto pretendido com o vosso projeto é diferente.
Apesar disso, e pelos pontos comuns em termos de funcionalidade (que depreendo da sua descrição do projeto), pareceu-me que seria interessante olhar para o que o Vote Na Web está a fazer (a forma como estão a fazer evoluir a apresentação gráfica, o processo editorial por trás do site, etc.).
Descobri agora mesmo o projeto LiquidFeedback – http://liquidfeedback.org/
Diz logo da página inicial do projeto:
“LiquidFeedback is an open-source software, powering internet platforms for proposition development and decision making.
LiquidFeedback is an independent open source project published under MIT license by the Public Software Group of Berlin, Germany. The developers of LiquidFeedback have joined together in the Interaktive Demokratie association to promote the use of electronic media for democratic processes.”
Não sei se conhecem mas, sendo open source, pode ser útil para este vosso projeto.
Pode também ser uma referência útil para outros que venham aqui ter e se interessem por este tipo de ideias e abordagens.
Realmente é interessante e pelo que estive a ler vai muito ao encontro de algumas metodologias que temos. Até gostava de o experimentar mas é preciso ser instalado por um profissional com bastantes conhecimentos de linux. Embora não tão importante, além disso era necessário ter um computador ligado 24/7 com a função de servidor para manter o site no ar, já que não é possível instalar este software nesses servidores que se alugam na net. Vamo-nos manter atentos e tentar alguma cooperação. Obrigado e se sempre que tiver conhecimento de algo que esteja na mesma linha eu agradeço a informação.
Um outro projeto interessante nesta linha é o DemocracyOS nascido na Argentina e apresentado no artigo do The Atlantic “Designing an Operating System for Democracy”.
Da forma como sugerem e apresentam a democracia representativa aqui é mais que legível que não sabem como realmente pô-la em acção. Tem que se apresentar e aplicá-la realmente como verdadeiramente livre, sem restrições de classe ou conhecimento para se apresentar qualquer tipo de Leis baseando-se nas aptidões e nas valências de todos juntos e não de um só por cada caso. De outra forma teremos Dr´s da tanga a experimentar com os cidadãos as suas teses, crenças e pensamento politico… Não pode ser assim como a apresentam, a democracia realmente livre e participativa….